Banca Examinadora
(titulares)
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Profa. Drª. Natália Guimarães Duarte Sátyro - Orientadora (DCP/UFMG) Profa. Drª. Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro - Coorientadora (PPGS/UFMG) Prof. Dr. Pedro Schettini Cunha - Coorientador (CMBH) Prof. Dr. Bruno Konder Comparato (Unifesp) Profa. Drª. Carolina Cutrupi Ferreira (FGV/SP) Profa. Drª. Guilma Olga Espinoza Mavila (Universidad de Chile) Prof. Dr. Pedro Mendes Loureiro (University of Cambridge) |
Resumo |
Esta tese analisa as reformas pós-redemocratização das burocracias de custódia e das ouvidorias
penitenciárias nos 27 entes federados, com ênfase no período entre 2015 e 2022. Com o
enquadramento teórico do neoinstitucionalismo sociológico, são demonstradas, por um lado, que as
reformas na burocracia até a sua transformação em polícia penal se dão na mesma direção em todos
os entes federados, embora eles estejam em etapas diferentes do processo. A trajetória tem
conduzido essas forças a se tornar uma polícia mais próxima de ciclo completo e que cada vez mais
atua fora dos muros prisionais. Já as ouvidorias penitenciárias se expandiram ao longo das últimas
décadas e existem em quase todos os entes federados. Embora elas tenham desenhos institucionais
diferentes, em sua maioria possuem baixa autonomia e atuam como balcão de serviços, mediando
o acesso a direitos básicos da população carcerárias em uma atuação caso a caso. Há dificuldades para
se medir os efeitos de tais reformas sobre os direitos dos custodiados em função de alguns gargalos
do banco de dados disponível. Esses gargalos foram discutidos com vistas a evidenciar os problemas
que carecem de solução. Em seguida, para driblar tais dificuldades impostas pelos dados, buscou-se
avaliar a relação das reformas com a melhor instrumentalização dos custodiados e seus familiares na
busca dos direitos à liberdade e ao esclarecimento das suas mortes. Para tanto, foram avaliadas a
abrangência e a confiabilidade de alguns registros administrativos que podem ser promotores desses
direitos. Constatou-se que as reformas não estão relacionadas com melhorias nesses registros, mas
no caso dos estados com ouvidorias a piora ao longo dos anos foi mais lenta. Ou seja, há ganhos na
construção de órgãos de controle, mas esses são tímidos frente à massiva violação de direitos nos
sistemas prisionais. |
Palavras-chave |
burocracia penitenciária, controle externo, mortes sob custódia, ouvidoria penitenciária, polícia penal, registros administrativos |