PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA UFMG - A HISTÓRIA CONTADA PELA OFERTA DAS DISCIPLINAS
A oferta de disciplinas diz muito sobre as características que marcaram os diferentes momentos da pós graduação em Ciência Política (PPGCP) na UFMG.
Apesar de a primeira turma oficial ter sido em 1967, a vida já fervilhava nas vésperas dessa abertura. É possível afirmar isso uma vez que há registros de que as atividades letivas do Mestrado em Ciência Política foram iniciadas no segundo semestre de 1966 com uma oferta diversificada de disciplinas de conteúdo metodológico, como 'Metodologia', 'Estatística' e 'Técnicas em Pesquisa: Pesquisa sobre Comportamento Político em Belo Horizonte', além de obrigatórias, como 'Teoria Política', e outras com escopo mais específico como 'Teoria do Desenvolvimento Político'. O investimento na formação metodológica foi uma das principais características dos primeiros anos de funcionamento do Mestrado em Ciência Política, assim como o foi a presença, já nas primeiras turmas, de professores estrangeiros - como a professora Janice Perlman (UC Berkeley), professor Jorge Alberto Capriata (Universidad Católica do Peru) ou o professor Jerry Medler (University of Oregon) - ou ainda oriundos de outros departamentos da UFMG, como o professor Júlio Barbosa (FACE/UFMG). Por outro lado, ainda neste período, os professores Fábio Wanderley Reis, Antônio Otávio Cintra, Carlos Filgueira (Uruguai), Lincoln Bernardes Prates dos Santos e José Murilo de Carvalho foram aqueles que concentraram o maior número de disciplinas.
A partir de 1973, o Mestrado em Ciência Política passou a contar com disciplinas ofertadas por seus ex-alunos. A disciplina 'Política Brasileira' foi ofertada pelo professor Malori José Pompermeier - que foi um dos primeiros titulados em 1970 no DCP, seguido no ano seguinte pelo professor Ronaldo de Noronha (Departamento de Sociologia - UFMG), com a disciplina 'Técnicas de Pesquisa', e de vários outros nas turmas consecutivas. Por outro lado, gradativamente a diversificação das disciplinas de metodologia foi cedendo lugar a uma variedade de disciplinas optativas voltadas para problemas brasileiros e latino americanos, além de outras áreas de investigação.
Nos anos 1980, a disciplina 'Política Comparada' passa a fazer parte da grade curricular do curso como obrigatória, assim como variadas disciplinas sobre pensamento político também passaram a ser regulamente ofertadas, momento em que também cresceu a oferta de disciplinas optativas focando conflitos de classe, Estado e poder. Nos anos 1990, as disciplinas optativas se tornaram ainda mais diversificadas, com a admissão de novos membros no quadro docente do Mestrado em Ciência Política e com a criação, em 1994, do Doutorado em Ciências Humanas - Sociologia e Política. É perceptível que desde o final dessa década tenha havido um esforço de oferta, ainda que não regular, de mais disciplinas voltadas para a formação metodológica, além da disciplina obrigatória de 'Metodologia'.
A partir dos anos 2000, a crescente diversificação temática na oferta de disciplinas refletiu não somente a consolidação das subáreas de investigação na Ciência Política, mas também a gradativa ampliação do quadro docente do Departamento de Ciência Política, sendo importante destacar a criação, em 2005, do Doutorado em Ciência Política. Cumpre destacar que, quatro anos depois, em 2009, iniciou-se a primeira turma do curso de Graduação em Gestão Pública - sob a proposição e patrocínio do Departamento de Ciência Política - o que levou a uma ampliação e estabilização do quadro docente do Programa. Isso refletiu não apenas na consolidação do pluralismo na oferta das disciplinas, como na retomada do esforço de diversificação da oferta de disciplinas de conteúdo metodológico, o que levou em 2017 à criação do Modus - Curso Intensivo em Metodologias de Pesquisa em Ciências Sociais - que acolhe não apenas alunos do Programa, mas também público externo.
Esta longa trajetória da pós graduação em Ciência Política na UFMG, pode, portanto, ser contata e ilustrada pelo conjunto de disciplinas oferecidas ao longo da sua história e que pode ser visitada aqui, de forma aberta e amigável a qualquer interessado. As informações são oriundas do próprio sistema da UFMG, mas também de fontes documentais. Nesse último caso é possível que sejam encontradas inconsistências, o que requer parcimônia em eventuais usos dessas informações para fins de pesquisa ou consulta direta ao Arquivo da Secretaria do PPGCP-UFMG.