Banca Examinadora
(titulares)
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Prof. Dr. Marcus Abilio Gomes Pereira - Orientador (DCP/UFMG) Profa. Drª. Helga do Nascimento de Almeida (UNIVASF) Prof. Dr. Ricardo Fabrino Mendonça (DCP/UFMG) Prof. Dr. Cristiano dos Santos Rodrigues (DCP/UFMG) Prof. Dr. Rafael Cardoso Sampaio (UFPR) |
Resumo |
A pesquisa em questão busca mapear a produção acadêmica sobre os movimentos sociais LGBTQIA+ no Brasil, com o intuito de compreender como os estudiosos têm abordado a construção de um sujeito coletivo universal contingente. A partir do pressuposto da fragmentação do sujeito coletivo em ações pela diversidade sexual, a análise focaliza a noção de universalidade contingente, discutida por Butler, Laclau e iek, que propõem a universalidade como chave para entender a política democrática radical e a ação dos movimentos sociais. As transformações políticas ocorridas no Brasil na segunda década do século XXI, especialmente após junho de 2013, exemplificam a possibilidade de articulação de sujeitos universais através de disputas hegemônicas, unificando a esquerda em torno de objetivos comuns. A partir de Laclau, Butler e iek, e da teoria da identidade coletiva de Melucci, entendemos a identidade coletiva não como um ente fixo, mas como algo a ser reconstruído interpretativamente. A Teoria Queer e a teoria interseccional criticam as concepções tradicionais de identidade e promovem uma política de identidades em constante transformação, destacando a complexidade das opressões interseccionais. Metodologicamente, a pesquisa é bibliográfica e documental, analisando publicações sobre movimentos LGBTQIA+ no Brasil entre 2000 e 2022. Utiliza a Análise de Conteúdo Categorial para examinar como o conceito de Sujeito Coletivo é mobilizado nos estudos selecionados. Ferramentas de Machine Learning auxiliaram na coleta e na análise dos dados, ajudando a identificar padrões relevantes. Os dados revelam uma diversidade de instituições com publicações de artigos sobre o movimento e predominância das áreas de Psicologia, Sociologia e Antropologia. Estudos empíricos mostram uma tendência de articulação do movimento LGBTQIA+ com outras lutas sociais, refletindo a diversidade de sujeitos envolvidos. As Paradas do Orgulho LGBTQIA+ destacam-se como um repertório central de ação e visibilidade. Os dados mostram também que a relação entre movimentos LGBTQIA+ e instituições políticas é complexa, envolvendo tanto parcerias quanto antagonismos significativos. A análise evidencia uma menor presença da Teoria Queer e uma maior mobilização do pensamento interseccional (principalmente a partir do ano de 2017) usado para analisar diversas dimensões do movimento, como opressão e identidade. A internet emerge como um fator crucial na construção do sujeito coletivo e na atuação dos militantes, destacando sua importância para o reconhecimento de identidades e para a formação de alianças entre movimentos sociais. Conclui-se que as mudanças nas concepções de identidade, provocadas por teorias queer e interseccionais e pela mobilização online, abrem caminho para a construção de uma universalidade contingente. A pesquisa contribui para a compreensão das dinâmicas internas dos movimentos LGBTQIA+ brasileiros e das estratégias de articulação da esquerda frente às mudanças políticas no país. |