Resumo |
Esta dissertação investiga as especificidades da Hybe Corporation, um dos principais conglomerados da indústria cultural sul-coreana, a partir de uma perspectiva comparativa com os chaebols tradicionais. O estudo parte da hipótese de que a Hybe representa uma nova forma de organização empresarial, que incorpora elementos típicos dos chaebols como a diversificação e a centralização estratégica mas os adapta às dinâmicas da economia simbólica e digital. Por meio de uma análise qualitativa de fontes institucionais, reportagens, documentos corporativos e literatura acadêmica, o trabalho identifica como a Hybe opera em múltiplas frentes do setor cultural (música, tecnologia, plataformas digitais, jogos e propriedade intelectual), construindo um ecossistema multifuncional, globalizado e centrado em fandoms. Além disso, examina-se a relação da empresa com o Estado sul-coreano, com destaque para sua atuação em programas de diplomacia cultural e soft power. A dissertação argumenta que, embora a Hybe não reproduza integralmente o modelo de favorecimento estatal dos chaebols da era do desenvolvimento, ela se insere em um novo tipo de colaboração público-privada, mais simbólica e reputacional, voltada à promoção internacional da marca Coreia. Conclui-se que a Hybe encarna um neo-chaebol cultural: um conglomerado que articula racionalidade empresarial, inovação tecnológica e capital simbólico, assumindo papel estratégico na economia criativa global e reforçando a imagem nacional da Coreia do Sul. O estudo contribui para os debates sobre capitalismo asiático, transformação dos conglomerados e o papel das indústrias culturais na diplomacia contemporânea. |
Palavras-chave |
chaebols, conglomerados., Coreia do Sul, cultura pop, economia criativa, Hybe Corporation, soft power |