Resumo |
O presente trabalho tem por objetivo compreender se houve influência ideológica do neoconservadorismo de Olavo de Carvalho na agenda de diplomacia do conhecimento brasileira durante o governo Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à agenda dos dois principais ministérios cujos ministros foram indicados por Carvalho: Itamaraty e MEC. A diplomacia do conhecimento parte da ideia do soft power, e diz respeito à capacidade de um país de gerar saberes que possam facilitar sua interação com outros Estados, promovendo cooperação a partir de estratégias e ações diplomáticas voltadas para a promoção de temas como ciência, tecnologia, cultura, inovação, desenvolvimento e educação. Com foco nos atores estatais da diplomacia do conhecimento, e, nesse sentido, a considerando como parte da política externa, tal análise se dá por meio da aplicação de modelos de análise de políticas públicas sobre a política externa: o Modelo de Kingdon e o Modelo de Coalizões de Defesa (MCD). Para investigar a formação de agenda e de uma coalizão de atores neoconservadores em torno desses ministérios, foi realizada a análise de documentos de diversos tipos, entre eles: atos internacionais do Brasil, proferimentos de autoridades e publicações em sites oficiais. Conclui-se que, apesar de identificados elementos da ideologia neoconservadora, como marxismo cultural ou globalismo em proferimentos de autoridades, e de conexões entre atores neoconservadores em torno dos ministérios, não é possível determinar, a partir dos documentos obtidos, se o neoconservadorismo analisado influenciou de fato a agenda de diplomacia do conhecimento durante o governo Bolsonaro. |
Palavras-chave |
Bolsonaro, Diplomacia do conhecimento, ideologia., neoconservadorismo, Olavo de Carvalho |