Luana Gontijo SantAnna Vaz de Melo Dorneles

Ricardo Fabrino Mendonça

COMUNIDADES INTENCIONAIS: espaços democratizantes potenciais e ambíguos na reinvenção das democracias

Ciência Política

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31/01/2024

Prof. Dr. Ricardo Fabrino Mendonça - Orientador (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Felipe Nunes Coelho Magalhães (IGC-GEO)
Prof. Dr. FILIPE MENDES MOTTA (UFMG)

As comunidades intencionais, caracterizadas por grupos de pessoas que escolheram, de forma não coercitiva ou mediada pela tradição, viver conjuntamente ou compartilhar recursos com base em valores comuns ou por alguma outra razão mutuamente acordada, assegurando que os modos de vida e as instituições prescritas sejam legitimadas e praticáveis, expressam um conatus, de modo a conquistar tempo e espaço em condições cujo tecido social é confrontado. Diante do contexto contemporâneo que demarca uma crise nas democracias, reconhecemos a necessidade de inovação para restaurar vínculos representativos eficazes, organizar e desenvolver as capacidades de organização da sociedade e avançar com um projeto de boa governança para restaurar a confiança nas democracias. Nesse sentido, assumimos o potencial trazido pelas comunidades intencionais de apresentação dessas experiências enquanto novas bases de legitimidade, dadas por espaços democratizantes potenciais, de modo a permitir com que as inovações democráticas se façam possíveis e necessárias. Para isso, as comunidades intencionais lidam com práticas cotidianas e de reconhecimento mútuo que apostam no esforço inventivo e na atividade criativa dos cidadãos como forma de reinvenção das democracias. No entanto, pelo movimento liminar assumido por essas estruturas, bem como o caráter arriscado advindo dos ambientes altamente dinâmicos das inovações democráticas, reconhecemos o caráter ambivalente dessas experiências. Perante o exposto, o trabalho visa investigar se e como as comunidades intencionais podem representar oportunidades de reinvenção democrática, e se e como essas estratégias podem, simultaneamente, indicar ameaças às democracias. Para isso, foram produzidas categorias analíticas baseadas nas comunidades intencionais da Fundação para Comunidades Intencionais (FIC) com o objetivo de identificar as principais dimensões associadas às dinâmicas presentes nas comunidades intencionais. Reconhecemos as oportunidades de reinvenção das democracias por meio de: 1. Solidariedade; 2. Formação de Bases de Legitimidade; 3. Agentes de Mudança, Temporalidade e Assemblage; 4. Institucionalismo Utópico-Pragmático; 5. Abordagem voltada para a Resolução de Problemas; 6. Busca pelo Comum; 7. Construção de Cidadanias Insurgentes; 8. Articulações em Rede; 9. Pragmatismo Vitalista. Já as possíveis ameaças às democracias são exploradas por: 1. Apoio ou Incentivo às Condutas Antidemocráticas; 2. Reforços Negativos à Participação; 3. Acentuação das Desconfianças, Polarização e Desinformação; 4. Assimetrias e Fragmentação Social; 5. Invisibilidade Programática.

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