Marcus Paulo Lisboa Barbosa

Felipe Nunes dos Santos

COMO TODO O REAL É ESPESSO: dinâmicas atitudinais durante o primeiro ano da pandemia no Brasil

Ciência Política

Comportamento Político e Opinião Pública

24/02/2022

Prof. Dr. Felipe Nunes dos Santos - Orientador (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Mario Fuks (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Frederico Batista Pereira (UNCC)

Durante o primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, a politização da crise sanitária recebeu atenção de estudiosos do comportamento político. Esta dissertação, com apoio de um survey nacional online, realizado em dezembro de 2020 pela Quaest Consultoria e Pesquisa, pretende investigar dois eixos deste debate o primeiro como pressuposto para o segundo, objetivo central do texto: a) grupos políticos opostos têm percepções iniciais distintas sobre a pandemia do novo coronavírus?; b) em caso afirmativo, as atitudes políticas se dobram à realidade ou perduram a despeito do que acontece ao redor? Em relação ao tópico a), sintonizado com a literatura emergente sobre atitudes e pandemia, o texto estabelece a hipótese de que há politização do tema, configurada pela postura de menor preocupação média do campo político que circunda o presidente Jair Bolsonaro. Satisfeito o pressuposto encarnado pelo tópico a), o trabalho segue para o eixo b): investiga se as divergências relacionadas à crise sanitária resistem quando confrontadas com os efeitos imediatos da pandemia, traduzidos por contaminações ou mortes de pessoas próximas dos entrevistados. Mobilizando a literatura sobre formação e atualização de atitudes, a dissertação formula a hipótese de que os efeitos imediatos da pandemia neutralizam as divergências políticas relacionadas ao coronavírus. Para verificá-la, o texto emprega modelos econométricos interativos, os quais demonstram ou a perda de significância estatística dos preditores ideológicos ou a inversão de suas associações quando analisados simultaneamente aos efeitos imediatos da pandemia. Nesse sentido, o texto observa a existência de uma politização inicial da crise sanitária, a qual arrefece quando diante dos efeitos imediatos da pandemia do novo coronavírus.

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