Detalhes da dissertação

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Aluno
Pedro Paschoalin de Amorim
Orientador
Eduardo Moreira da Silva
Título da dissertação
A Política Em Espiral: Normalidade e Excepcionalidade Nas Abordagens da Grande Imprensa Ao Impeachment de Dilma Rousseff
Área de concentração
Ciência Política
Linha de Pesquisa
Participação, Movimentos Sociais e Inovações Democráticas
Data da defesa
04/05/2020
Banca Examinadora
(titulares)
Prof. Dr. Eduardo Moreira da Silva - Orientador (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Ricardo Fabrino Mendonça - Coorientador (DCP/UFMG)
Profa. Drª. Cristiane Brum Bernardes (CEFOR)
Profa. Dr. Viviane Gonçalves Freitas (UFMG)
Resumo
Por meio da combinação entre a teoria de securitização e a análise qualitativa de enquadramento, este trabalho interpreta construções discursivas, promovidas pela grande imprensa brasileira, em torno da crise que culminou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016. Para isso, a pesquisa se utilizou de textos noticiosos e opinativos publicados pela Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo entre fins de 2014 e meados daquele ano. Organizados sob a repercussão midiática a 12 eventos selecionados para destaque em meio a uma vasta profusão de acontecimentos, os dados utilizados abarcam aspectos distintos da crise presidencial econômicos, políticos, jurídicos, sociais e morais e diferentes momentos da cobertura jornalística. A partir do exame documental, delimitou-se grandes eixos de significados como matriz aos enquadramentos utilizados para temas e questões específicas, mas usados de forma recorrente através do corpus textual. Estes pacotes interpretativos foram elaborados como categorias dicotômicas que abrangem certos espectros de sentido: (1) unidade vs. divisão, ou coletivo vs. particular; (2) atividade vs. inação; (3) passado vs. futuro; (4) técnica vs. política; 5) concerto vs. conflito; (6) mudança vs. continuidade; e (7) deterioração vs. desenvolvimento. Em referência ao processo de impeachment, a variedade de abordagens identificadas foram articuladas de modo a participar de uma narrativa compartilhada, sob o macro enquadramento de xadrez político. Sob os marcos da securitização, tanto aquelas dimensões mais específicas quanto esta, mais geral, da produção dos três diários integram um movimento securitizador que desloca discursivamente o processo de impeachment da esfera da normalidade política para a de excepcionalidade. Por uma face, a Rousseff, seu governo e seu campo político é atribuída responsabilidade direta ou indireta sobre todos os ângulos da conjuntura crítica enunciada; e, por outra, demonstra-se a incapacidade desses atores em superar a crise generalizada e em permanente progressão. Delineado um impasse decisório e todas soluções dentro da política normal apontadas como inviáveis, a remoção de Rousseff emerge no discurso público como única alternativa à virtual destruição do país e de sua sociedade.
Palavras-chave
 
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