Detalhes da dissertação

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Aluno
Pedro Barbabela de Mello Vilela
Orientador
Marlise Miriam de Matos Almeida
Título da dissertação
'La paz sin mujeres No va!: um estudo sobre os ativismos interseccionais feministas nos processos de construção de paz na Colômbia (2012-2016)
Área de concentração
Ciência Política
Linha de Pesquisa
Teorias da Justiça, Feminismo e Pensamento Político Brasileiro
Data da defesa
21/02/2020
Banca Examinadora
(titulares)
Profa. Drª. Marlise Miriam de Matos Almeida - Orientadora (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Cristiano dos Santos Rodrigues (DCP/UFMG)
Profa. Drª. Karina Junqueira Barbosa (PUC Minas)
Resumo
Após quatro tentativas de se estabelecer a paz na Colômbia, foi assinado em 2012 um termo de compromisso entre o governo nacional e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia Exército do Povo (FARC-EP) para resolução do conflito armado. A assinatura do termo significou muito mais do que o compromisso das partes na retomada das negociações, tornando-se um importante marco de inclusão e de disputas por participação de diversos agentes sociais ao longo do processo. Durante o período dos diálogos, os movimentos de mulheres e feministas assumiram um papel central ao mobilizar e organizar demandas diversas e plurais em uma luta conjunta por reconhecimento e direitos. Suas mobilizações reconheceram a interseccionalidade como um eixo de ação fundamental para as práticas feministas e estiveram presentes na maior parte das intervenções organizadas no país. Como resultado das negociações, em setembro de 2016, foi apresentada a primeira versão dos Acordos de Paz de La Habana. Assim, na presente dissertação buscamos, por meio de uma etnografia de documentos, compreender as diferentes estratégias adotadas pelos movimentos de mulheres e feministas na Colômbia, a partir das múltiplas manifestações dos ativismos interseccionais feministas no período compreendido entre os anos de 2012 e 2016. Nossos resultados apontam para ações em movimento nas quais as mulheres participaram por meio de três vias - delegações oficiais, consultoria e movimentos de mulheres e feministas - na busca pela construção de redes de lutas por direitos. Além disso, observamos a existência de relações entre as experiências diferenciadas das mulheres ao longo do conflito e a construção de políticas sensíveis aos marcadores interseccionais de gênero, raça, etnia, sexualidade, entre outros. Tais políticas foram construídas por meio de práticas interseccionais que, por sua vez, representaram esforços de superação das desigualdades reproduzidas pelo conflito.? Os Acordos de La Habana foram inéditos ao apresentarem um recorte diferenciado de gênero em cada um dos seis pontos firmados, como resultado de ações coordenadas dos movimentos de mulheres e feministas e sua incidência sobre os agentes em negociação, a partir de diferentes arenas políticas. No entanto, o plebiscito organizado para decidir pela aprovação dos acordos demonstrou as forças de grupos de cunho conservador e exigiu uma reformulação do documento final de paz.
Palavras-chave
 
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