Paula Dias Dornelas

Ricardo Fabrino Mendonça

Tanto por ser mulher, quanto por ser estrangeira': lutas por reconhecimento e formas de resistência de mulheres migrantes no Brasil

Ciência Política

Teorias da Justiça, Feminismo e Pensamento Político Brasileiro

14/02/2020

Prof. Dr. Ricardo Fabrino Mendonça - Orientador (DCP/UFMG)
Prof. Dr. Duval Magalhães Fernandes (PUC MINAS)
Profa. Drª. Rayza Sarmento de Sousa - Coorientadora (UFV)
Profa. Drª. Marlise Miriam de Matos Almeida (DCP/UFMG)

As trajetórias de mulheres migrantes perpassam relações de poder, processos sociais e experiências diversas, que podem envolver categorias interseccionais de desrespeito, afetando sua inserção na sociedade receptora e o modo como constroem suas identidades. Nesse sentido, o trabalho investiga quais são e como se configuram as lutas por reconhecimento e as formas de resistência adotadas por mulheres migrantes que vivem no Brasil. O objetivo é compreender como situações de desrespeito afetam o modo como mulheres, vindas de países da América Latina e Caribe, se percebem enquanto migrantes e como elas resistem a quadros de injustiça. Com base nas Teorias do Reconhecimento (Honneth, 2003; Fraser, 2008) e discussões sobre formas de resistência (Scott, 1990) e luta migrante (Varela Huerta, 2008), a dissertação busca refletir sobre os processos e relações sociais desenvolvidas pelas mulheres, seja em suas famílias, com amigos, entre migrantes, com atores institucionais e com brasileiros no local onde vivem. Por meio de uma abordagem interpretativista, a pesquisa, de natureza qualitativa, demonstra como situações de desrespeito permeiam os mais diversos âmbitos das trajetórias das mulheres migrantes no Brasil. Experiências de xenofobia, machismo e racismo são questões presentes, seja nas dinâmicas do trabalho, nos espaços públicos ou nas vivências em família. As formas de resistência também atravessam as mais variadas esferas, refletindo-se em estratégias cotidianas de resistência e em formas coletivas de luta, como a formação de grupos e coletivos de mulheres nos locais de destino.