Resumo |
Esta dissertação se constitui como uma proposta de pequena contribuição teórica para a agenda de pesquisa sobre o populismo contemporâneo com enfoque na abordagem sócio-cultural. A partir de uma expansão do conceito de ostentação do baixo como elaborado por Ostiguy, propõe-se a ideia de que a performance populista também pode ser construída a partir da paródia. Mobilizando as discussões de Butler e Bakhtin a respeito do papel emancipatório da paródia, e problematizando-as a partir das considerações teóricas de Savran, Sedgwick e Baudrillard, fundamenta-se a noção de populismo como paródia na ideia de que as imagens da paródia podem produzir simulacros de subversão. A partir dessa centralidade do papel das imagens na performance do populismo como paródia, analisa-se imageticamente a representação visual do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, expoente de uma nova expressão populismo conservador contemporâneo, através das fotografias postadas pelo presidente brasileiro em sua rede social do Instagram. Utilizando de um enquadramento teórico-metodológico desenvolvido por Casullo e empregado por Mendonça e Caetano, assim como de ferramentas analíticas da semiótica social, essa dissertação constrói o argumento de que Bolsonaro se apropria das instituições, do poder e da noção de povo para construir seu populismo como uma paródia. |